segunda-feira, fevereiro 20

O porquê da vida

Boa tarde coisinhas racionais ambulantes com piada. Hoje estou energético, estou bem! Estou bem do ponto de vista dos padrões da sociedade, pois do ponto de vista íntimo, interior, do nosso "eu" penso que nunca estamos bem. Não só é impossível, como se fosse possível, não teria a mesma piada. Por exemplo, há momentos ouvi alguém suspirar "Esta vida entristece-me", e tal suspiro ficou-me retido porque a pessoa que exclamou tal frase estava de fato desanimada, triste e cansada, talvez do dia de trabalho, ou de uma vida inteira a trabalhar. É curioso como cada pessoa funciona perante aquilo que lhe surge à volta. O que para uns pode ser um drama, para outros é tão desinteressante que nem conseguem ver onde está o problema. Tentei animar essa pessoa, e penso que lá consegui alguma coisa, mas sei que não resolvi, pois o problema, a questão, o dilema se encontra lá, alojado no subconsciente, pronto a "massacrar" outra vez assim que não houver mais nada para distrair desses inconvenientes. É o mistério do ser humano. Ontem assisti um programa em que havia um tipo com um ar aventureiro que, misturando imaginação com ciência (e pareceu-me que com algum alucinogéno à mistura, pois é preciso muito disso para o que o homem dizia)questionava se o homem poderia ser imortal. É que o tipo, lá com as suas teorias e imaginações, o gajo lá conseguiu chegar aos mil anos, sem doenças, aos cento e tal anos conseguir ficar em forma como alguém que tivesse 30, a sua pele enrugada voltou a ter a elasticidade de um jovem, conseguiu sobreviver o Apocalipse, fez crescer outra vez um braço que tinha perdido, enfim chegou a ser considerado como o primeiro homem a chegar aos mil anos. Coisa doida mesmo. E ao ver aquilo, era impossível de não questionar "Será que vale a pena?" Quer dizer, é muito interessante termos uma solução para tudo, mas estar este tempo todo na Terra, não chegaremos a uma altura que tipo... ficaremos fartos de viver? Se a pessoa que me disse hoje "esta vida entristece-me" soubesse que ainda lhe falta uns novecentos e tal anos de tristeza (segundo as previsões do tipo do programa relativamente aos avanços da ciência), provavelmente ficaria mais triste ainda e ainda podia cair numa depressão. Ou então, e a entrar num outro ponto de vista, sabendo que tinha ainda muito por viver tentaria ultrapassar as questões da vida que o fazem ficar triste momentaneamente, partindo em busca da felicidade. Não sei, mas penso que o que realmente preocupa a nós, humanos, é isso: a incerteza de quanto tempo nos resta. De fazer planos para a vida sem saber se vamos ter vida. Acho que isso é que influência o estado das pessoas, é que define o "Estou feliz" e o "Quero morrer". É por causa de temas como este que existem as festas tipo Carnaval, em que as pessoas por um determinado momento esquecem-se destas dúvidas e só se lembram de emborcar todo o álcool que consigam ingerir, mas como eu não bebo, venho para aqui disparatar com um assunto que eu próprio depois de o escrever noto que não têm nada por onde se aproveite, mas ao menos tive quietinho em frente ao computador, sem incomodar ninguém, sem prejudicar ninguém, e só isso já me faz sentir bem!

Mas antes de ir, quero realçar que à dias partiu uma enorme diva da música que sinceramente merecia mais destaque pelo seu desaparecimento, pois a classe dela era enorme e deu muito à música (e quando digo música, refiro-me a MÚSICA if you know what i mean). Para mim foi uma enorme inspiração sem dúvida e só espero que ela não caia no esquecimento daqueles que ainda apreciam "música". Descanse em paz e até algum dia, Etta!

E como não tenho mais nada a dizer, vou gastar ainda a energia restante para outro lado que aqui não dá mais. Portem-se como quiserem, pois quer seja bem ou mal ninguém tem nada a ver com isso, e para mim sinceramente não me faz a mínima. Podem é ter um bocadinho de bom senso e se forem a bailes ou a discotecas, não sejam ursos ao ponto de beber e irem a conduzir, não é por vocês, que ninguém se importa realmente com vocês, mas sim por alguém que inocentemente não esteja como vocês e que está descansadinho a fazer a sua vidinha e que apanhe um caramelo desembraiado pela frente e que sem culpa ainda se vai chatear com seguradoras e oficinas, isso sempre na melhor das hipóteses.

Bem, agora é que é. Bom Carnaval a todos.